segunda-feira, 21 de março de 2011

Guerra na Líbia contra a ditadura de Muammar Kadafi

Caças da França atacam forças de Khadafi


Por Marco Eusébio, em 19/03/2011 - 14:33:46 .Seção: Marco Eusébio, colunas

Patrick Baz/AFP/Folha Online/Reprodução



Caças Mirage e Rafale partiram neste sábado da França rumo à Líbia no primeiro ataque contra forças de Muammar Khadafi depois de a ONU autorizar o uso de forças militares contra tropas do ditador líbio. Um dos caças teria atirado contra veículo militar líbio no começo desta tarde (às 13h45 DF), conforme o porta-voz do Ministério de Defesa da França, Thierry Burkhard. O canal de TV árabe Al Jazeera, cita fontes anônimas e diz que os aviões de guerra franceses já destruíram quatro tanques líbios, no sudoeste da cidade de Benghazi. O relato não foi confirmado. Pela manhã, presidente francês, Nicolas Sarkozy, alertou que aviões franceses já sobrevoavam o território líbio e estavam intervindo para evitar ataques das forças de Khadafi em Benghazi, reduto dos rebeldes no leste do país. "Nossos aviões já estão prevenindo ataques na cidade de Benghazi", disse Sarkozy. (Com informações da Folha Online com agências de notícias).
(Retirado de Blog do Marco Eusebio).

quinta-feira, 17 de março de 2011

Artigo: O GOVERNO COLLOR E AS "CARROÇAS" BRASILEIRAS




O GOVERNO COLLOR E AS “CARROÇAS” BRASILEIRAS

Wagner Cordeiro Chagas1

Eleito no segundo turno do disputadíssimo pleito de 1989, ao derrotar o então candidato Lula, Fernando Afonso Collor de Mello assumiu a Presidência da República Federativa do Brasil no dia 15 de março de 1990.
Já no primeiro dia útil de governo, sua equipe responsável pelo setor econômico, liderada pela ministra da Fazenda, Zélia Cardoso, anunciou uma medida que entrou para a história nacional como o pior dos planos de combate à inflação (problema grave que assolava o País naquela época) já adotado: o confisco das poupanças bancárias dos cidadãos brasileiros, atitude esta que levou muitas pessoas ao desespero, e até a morte.
Talvez por ser um dos atos mais polêmicos de sua curta gestão (1990-1992), aquela iniciativa é lembrada até os dias de hoje pelas pessoas que foram vítimas dessa atitude radical. Contudo, poucos se lembram de outra medida apresentada naquele mesmo ano, e que trouxe consequências relevantes para a nação. Trata-se da Medida Provisória 158.
Ainda no período de campanha eleitoral, o candidato Collor, ao fazer uma comparação entre a indústria automobilística nacional e a internacional (que naquele contexto produzia carros com tecnologia bem mais avançada), declarou que os automóveis brasileiros pareciam-se com carroças.
Um ano depois, o comentário surtiu efeito e o governo formulou um projeto de lei. Em abril de 1990, o Congresso Nacional aprovou uma proposta permitindo a importação de aproximadamente 300 produtos, entre eles automóveis.
Os apaixonados por carros certamente lembrar-se-ão de alguns que por aqui chegaram. Entre vários, citaremos apenas dois modelos. Um dos primeiros a desembarcar em terras Tupiniquins foram os veículos da Lada, empresa sediada na antiga União Soviética. A marca acabou por não cair no gosto popular e a mesma teve uma passagem rápida por aqui. Da Coréia do Sul, veio a Kia Motors Company. Os veículos dessa marca ganharam espaço e acabaram por fazer concorrência com a popular Kombi, da Volkswagen.<
A abertura do mercado nacional a estas empresas não significou apenas uma maneira de modernização da frota de veículos. Tais acontecimentos estavam inseridos numa conjuntura muito mais ampla, a do processo de liberalização da economia brasileira, iniciado de forma tímida no Governo Sarney, mas que encontrou grande espaço na administração do “caçador de marajás”, já que este governo tinha por princípios econômicos seguir a orientação neoliberal, que conquistava o mundo naquele período de intensas transformações políticas e econômicas.
Em meados de 1992, os inúmeros escândalos de corrupção revelados à nação brasileira, nos quais havia o envolvimento direto do presidente da República, levaram o Parlamento a iniciar um processo de impeachment do chefe do Executivo federal. Pressionado, de um lado pelos deputados e senadores, e por outro pela opinião pública - principalmente pelos estudantes universitários liderados pela UNE, que se mobilizaram no movimento dos Caras Pintadas - Fernando Collor renunciou ao cargo no final daquele ano. Em seu lugar assumiu o vice, Itamar Franco, encarregado de encerrar o mandato.
Enfim, a administração que tantos brasileiros depositaram esperanças acabou de forma trágica, no entanto aquela frase dita por Collor no período eleitoral trouxe conseqüências importantes, não só para a comercialização de veículos, mas também para uma gama de outros produtos, os quais estimularam as empresas nacionais a se tornarem mais competitivas.

1 Professor de História em Fátima do Sul-MS, licenciado pela UFGD e fatimassulense da gema. E-mail: wc-chagas@hotmail.com